quinta-feira, 24 de abril de 2008

Gene Gay

Esse polêmica vive dando o que falar (isso refletiu no tamanho do post), mas agora o maior estudo sobre o assunto vai responder: é possível nascer homossexual?

A primeira grande descoberta foi revelada em 1991 pela neurologista americano Simon Lê Vay. Seus estudos com animais mostravam que uma parte do hipotálamo, na base do cérebro, estava relacionada à regulação do comportamento sexual. "Quis checar se poderia haver ligação também com a orientação sexual", diz Le Vay. O pesquisador reuniu uma pequena quantidade de cadáveres de homens e mulheres héteros e homens gays e focou sua atenção num pequeno grupo de células do hipotálamo anterior chamado INAH3. Ao comparar o tamanho da estrutura entre os sujeitos dos dois grupos, verificou que ela era em média duas vezes maior entre os homens héteros. Mais do que isso, o tamanho do INAH3 dos gays se aproximava daquele encontrado em mulheres.

Naquele mesmo ano de 1991, outra linha de pesquisa sacudiu o campo do estudo da orientação sexual. Os psicólogos Michael Bailey e Richard Pillard analisaram 110 pares de gêmeos. Descobriram que, entre os fraternos (não-idênticos), a chance de que um homem gay também tivesse um irmão gay era de 22%. No caso dos gêmeos univitelinos, essa correlação chegava a 52%. Um segundo estudo dos psicólogos manteve a correlação próxima dos 50% para univitelinos e 48% para univitelinas. Mas em 2000, quando Bailey analisou quase 5.000 gêmeos australianos, encontrou uma correlação menor entre univitelinos masculinos, de aproximadamente 20%.





Isso bastou para que a hipótese da homossexualidade natural não fosse levada a sério. Nos anos seguintes foram surgindo mais e mais porcentagens cada uma diferente da outra. Porém um estudo mais abrangente realizado em 2002, encontrou valores na ordem de 7% para as univitelinos, o que levou seus autores a afirmação "se há influência genética, ela é inexpressiva". Bailey diz que as variações entre estudos podem ser explicadas por diferenças metodológicas e estatísticas. "E mesmo os valores mais baixos são indicativos de que existe uma influência genética forte na orientação sexual", argumenta. Se não conseguiram convencer os críticos - um grupo heterogêneo que vai de militantes gays a ultraconservadores de direita, passando por pensadores humanistas como Vattimo -, os vários estudos com gêmeos fortaleceram entre os pesquisadores a crença num componente genético da homossexualidade. "Mas a genética é apenas parte da explicação, não é a explicação", diz Bailey.

“99,5 % de certeza”

Essa afirmação feita pelo americano Dean Hammer em 1993, esquentou mais ainda a calorosa discussão, porém ele continuava a afirma que em suas pesquisas em 114 famílias homossexuais haver encontrado, com 99,5% de certeza, indícios da existência de um ou mais genes ligados à orientação sexual, na região q28 do cromossomo X (ou Xq28). No ano de 1999, George Rice examinou 52 duplas de irmão e afirmou não ter encontrado nenhum sinal de o gene do Xq28 pudesse desempenhar algo mudança na orientação sexual. Outros caminhos trilhados ao longo dos anos 1990 na busca por diferenças biológicas entre homossexuais e heterossexuais levou os pesquisadores a resultados inusitados. Foram encontradas diferenças em itens como a fertilidade das mães, o raciocínio espacial e até a relação entre o comprimento dos dedos anelar e indicador. Pode se levar em consideração apenas a próxima comparação, pois as outras tem diferenças muitos pequenas o que resultam em algo não muito concreto. Essa próxima comparação chamasse “efeito do irmão mais velho”. O que indica a pesquisa, o número de irmãos mais velhos poderia elevar a probabilidade de que um homem nasça com orientação homossexual.



Meu caros, 2008 promete ser um ano de mais descobertas sobre esse assunto que já vem sendo especulado há 20 anos, serão divulgados os resultados de um estudo genético iniciado em 2004. O estudo visa coletar os dados de mil irmãos gays e dos familiares que concordarem em participar. Os estudiosos vão examinar entre 5 mil e 10 mil marcadores genéticos de cada indivíduo, buscando variações que possam ser ligadas à orientação sexual masculina. E um dos objetivos declarados é resolver a polêmica sobre o Xq28. Sanders, porém, não acredita que haja um gene gay específico e no passado já disse acreditar existirem 10 ou 15 envolvidos. "Sabemos que é uma genética complexa, pois o fato de um gêmeo univitelino ser gay não é garantia de que o outro também o seja. Pela escala do experimento, teremos um poder estatístico muito maior do que tudo o que já foi feito", disse Sanders.

Imagine que a ciência desenvolva um teste capaz de detectar quais recém-nascidos poderiam se tornar homossexuais. Saber disso tornaria a sociedade mais tolerante com as minorias sexuais? À medida que avança a investigação sobre as bases naturais da orientação sexual humana, essa questão ética permanece como pano de fundo.

Obrigado a todos que leram tudo, me dediquei horas nesse post. Não se esqueçam de dizer o que acharam.

Beijos e até a próxima.

8 comentários:

Anônimo disse...

Bem as vezes acho que não seria uma boa a ciencia desenvolver esse tipo de coisa, pois o mundo hj em dia, ainda tem muito preconceito.Imaginem um pai ao saber que o filho desde pequeno tem grandes tendencias a ser gay??

Bem creio Eu, que hj em dia a ciencia desenvolve-se muito rapido,mas deveria se preocupar com assuntos mais serios...

Amei o blog de vcs!
E o Post esta ótimo Gii!

Um Grande beijo a tds!

Lucas Pazin disse...

Realmente esse é um assunto delicado e polêmico. Se fosse pra apostar, iria na tese que Sanders disse: que haveria um gene exclusivo que manifesta a homossexualidade. Ao mesmo tempo acho que o meio, as pessoas que vivem ao redor podem influenciar nesse escolha sexual.

Existe também o lado que a Thays frisou no seu comentário, o preconceito das pessoas e principalmente de um pai ou familiar ao saber que seu filho será um homossexual.

[Assunto ainda em reflexão]

Anônimo disse...

Se pode existir genes que interfiram na nossa personalidade, por que não um gene que interfira na nossa sexualidade né.

Eu não acredito que seja possivel saber se a pessoa irá se tornar ou tenha tendencias a ser homossexual por genetica, mesmo depois de ler todas as pesquisas e dados lançados. E para que eu iria querer saber sobre isso? Acho que isso não iria ajudar a construir uma sociedade mais tolerante com as "minorias sexuais".

Rodrigo Mendes disse...

O melhor é ser feliz e não existe uma porcentagem que defina isto.

Belo texto, foi xq99 e 100% muito bem escrito!

Já fizeram uma pesquisa genética analisando pessoas que foram picadas pelo bichinho da escrita?

Douglas Garcia disse...

Muito interessante o post e como disse o Rodrigo muito bem escrito...

Mas não sei se é correto esse estudo... Acho que ele só seria bem aceito quando não houvesse mais o preconceito com os homossexuais.

Camila Nardini disse...

Eu acredito q as pessoas homossexuais realmente ja nascem destinadas a ser assim, como uma pessoa nasce para ser alta, loira, morena e etc...

Certamente, saber se seu filho vai nascer gay não vai mudar o comportamento de ninguém perante ao assunto, e infelizmente, o preconceito não vai acabar.

concordo com a Amanda, o importante é ser feliz independente de sua opção sexual, porém é dificil.

Amanda disse...

Sinceramente, eu (ainda) não consigo ter uma opinião formada sobre esse tipo de pesquisa.
Mas acredito sim que, como qualquer outro tipo, a pesquisa é valida.
Quem sabe assim esse preconceito arcaico não diminui? Não vou dizer acabar, porque sempre vai ter pessoas com supostas ideologias (baratas) de vida.
Porque pra mim, não existe ser gay ou não, existe ser feliz, independente da sua opção sexual.
Mas opinião é opinião, só resta tentar mudar ou lamentar. Entre as duas, fico com a primeira opção.
As pessoas têm capacidade suficiente para pensar 2, 3, 4, 5 vezes e mudar de opinião, mas as pessoas também têm orgulho demais! É isso que faz a sociedade ser uma merd*.
Repito, gay ou não, essas pessoas são, ACIMA DE TUDO, humanos, igual aos chamados HETEROS!
Não é essa a proposta do blog? Tentar mudar alguma coisa?
Ótimo, começaremos com a opinião;

Ps: não se sinta ofendido Douglas.

beijos :*

Lucas Pazin disse...

Orgulho.

Tá aí Amanda, excelente essa sua citação. Tenho quase que uma tese sobre o orgulho das pessoas no mundo de hoje, então nem vou falar nesse comentário porque já comentei e foge do assunto do post. Quem sabe escrevo um post sobre isso futuramente.

"As pessoas têm capacidade suficiente para pensar 2, 3, 4, 5 vezes e mudar de opinião, mas as pessoas também têm orgulho demais! É isso que faz a sociedade ser uma merd*."